terça-feira, 5 de outubro de 2010

A visão de futuro para a oposição (desesperada) é um espelho para 1964, quando o golpe era o único meio de parar figuras e programas políticos com apelo popular, com a desculpa de salvar a democracia e a ordem contra a ameaça vermelha. Este discurso, único na boca dos psdbistas e da mídia que os apóia, pretende minar a autoridade do presidente e instalar uma sensação de caos... a justificativa e preparação para o golpe, único caminho para a elite atrasada voltar ao poder no momento. Eles sim praticam censura pois só dão voz a um grupo (minoritário) composto por uma elite fascista, retrograda, e conservadora que não suporta pobres, negros e nordestinos. Eles tem medo de dividir o poder com esse povo. Não é a toa que encontraram o candidato ideal, que põe a polícia conta favelados, que demite, responde com grosseria, ou nem responde a repórteres que tocam em assuntos "proibidos".

Eleições e Propaganda.


Na ante-sala de mais um pleito eleitoral majoritário as paixões e ideologias se acedem. Aumenta-se o ódio de alguns e a idolatria de outros por determinadas figuras que ilustram as secções políticas. E pensando a vida em sociedade como uma tábua de uma gangorra, e idealizando que o equilíbrio ideal seria aquele em que ambas as pontas da tábua tenham a mesma distância do chão, podemos concordar que o excesso de ódio e de paixão vai sempre empurrar um dos lados para baixo. E a insatisfação de um lado vai aumentar, alimentando um ciclo que tende a ficar a intolerável em algum momento, o que vai levar, invariavelmente, a uma ruptura do regime político, o que no nosso caso representaria nos afastarmos novamente da democracia.
Portanto, antes de repetirmos as conclusões de editoriais, deveríamos nós mesmos e mais ninguém, sermos os responsáveis pelas nossas decisões e não deixar que a alguns formadores de opinião pensem por nós. E chegamos ao ponto que mais me preocupa no atual momento. É o momento onde se pede lisura e verdade à mídia e ela responde que isso fere a liberdade de expressão. Não, isso fere a liberdade de mentir, prerrogativa que eu creio não existir na nossa Carta-Magna.

Por Helder Amorim.